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​Dando continuidade aos esforços de discussão, análise e compreensão da obra de Johann Gottlieb Fichte, a Associação Latino-Americana de Estudos sobre Fichte (ALEF) anuncia seu VII Congresso, a ser realizado em São Carlos, Brasil, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entre 05 e 07 de novembro deste ano.

 

Como eixo central do Congresso encontra-se o tema: “A doutrina da ciência e seus deslocamentos”. Com ele, pretende-se colocar em debate um mecanismo e mesmo um motivo central da doutrina da ciência, tanto do ponto de vista sistemático quanto histórico.

 

Primeiro, porque a própria doutrina da ciência tem seu nascimento a partir de uma certa interpretação e – dirão alguns – um certo deslocamento da filosofia transcendental kantiana. Depois, porque a filosofia de Fichte não deixou de se apresentar historicamente sob diferentes versões, as quais, nunca idênticas, sempre significaram para autor e leitor um deslocamento expositivo e mesmo doutrinário.

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Historicamente também foi a recepção da doutrina da ciência que, sob a pena de seus leitores imediatos – Schelling, Hegel, os Românticos, Jacobi... –, tardios – Lask, Husserl, Henry, Richir... – e atuais, reordenou-a conforme interesses especulativos diversos, em geral estranhos a seus motivos originários – sendo assim, portanto, deslocada. E mesmo o fato de Fichte, um autor de língua alemã do século XVIII e XIX, estar sendo discutido hoje na América, no Brasil, não deixa de significar um certo deslocamento, cuja compreensão se põe a nós como tarefa – e com esse último aspecto pretendemos dar continuidade às riquíssimas discussões ocorridas em nosso último congresso em Buenos Aires, cujo tema foi, justamente, “Fichte nas Américas”.

 

Mas, por fim, há de se perguntar se “deslocamento” não seria um motivo sistemático da própria doutrina da ciência, ao designar um mecanismo constituinte de todo saber humano em geral, aquele da passagem – ou deslocamento – do suprassensível para o sensível.

 

O Congresso também será a ocasião para uma homenagem a Rubens Rodrigues Torres Filho, pioneiro nos estudos sobre Fichte e filosofia clássica alemã no Brasil e que nos deixou no final de 2023.

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